Como capital de Portugal, Lisboa é o ponto de partida perfeito para fazer uma viagem ao longo do país. Este itinerário em Lisboa irá levá-lo pelos bairros da Baixa, Alfama, Príncipe Real e Belém. Cada um deles tem o seu próprio carácter, pelo que vale a pena passar pelo menos três dias para os explorar a todos.
Também incluímos no itinerário os principais pontos turísticos, os melhores miradouros e ainda sugestões de restaurantes, para que possa evitar as armadilhas turísticas e desfrutar da cidade como um verdadeiro local.
Assim que chegar a Lisboa será surpreendido pelos miradouros, elétricos históricos e fachadas de azulejos coloridos. Durante algum tempo, Lisboa permaneceu um local pouco conhecido na Europa, mas esta cidade tem vindo a receber mais atenção que nunca. Aqueles que têm a sorte de a visitar acabam por se apaixonar pelo estilo de vida português, ficando muitas vezes divididos entre partir ou ficar.
Fique connosco, enquanto exploramos a baixa de Lisboa e o bairro animado do Príncipe Real.
Comece o dia a passear pelos jardins do Príncipe Real. Pode sentar-se num dos quiosques entre as árvores espalhados pelo parque e pedir uma bica (espresso). Todos os sábados de manhã há um mercado de mercearias orgânicas, onde se podem comprar produtos frescos. Há também um mercado de artesanato no último domingo e segunda-feira do mês.
Irá dar de caras com este impressionante palácio Neo-Mouro logo no lado oposto ao jardim. Este edifício, que serviu outrora de hotel, foi convertido numa galeria comercial em 2013. Dentro dos quartos sumptuosos encontra-se agora um conjunto de lojas, que expõem as criações de designers portugueses em ascendência. Para além das lojas, há um bar de gin e um restaurante especializado em bifes.
Continue o seu passeio em Lisboa no Miradouro de São Pedro de Alcântara, um dos múltiplos miradouros nas colinas de Lisboa. Daqui pode avistar a Baixa da cidade e ter um vislumbre do castelo de São Jorge, no lado oposto.
Ao lado do miradouro irá avistar um elétrico amarelo conhecido como Elevador da Glória. Transporta pessoas para cima e para baixo, desde a zona do Bairro Alto, na alta, aos Restauradores, na baixa.
Faça um passeio até ao Convento do Carmo, uma igreja do século XIV deixada em ruínas após o terramoto de 1755, que destruiu uma grande parte da cidade. Apesar disto, é um dos edifícios mais impressionantes na Baixa de Lisboa. Esta igreja sem teto dá hoje lugar a um museu arqueológico, que tem uma coleção de túmulos, peças de cerâmica e mosaicos. Durante o verão, o convento organiza uma série de espetáculos, em que são projetados vídeos que retratam a história de Lisboa.
Do lado oposto ao convento fica a entrada para o Elevador de Santa Justa, um elevador do século XIX que transportava locais desde a Baixa até ao cimo daquela colina. Porém, este nunca foi um elevador comum, como irá ver pela estrutura de ferro forjado e arcos Neo-Góticos. Pode ter vistas ótimas a partir da plataforma, sem ter que andar no elevador. Alternativamente, pode ir até ao terraço do Carmo, ali perto, para beber um cocktail enquanto desfruta da vista.
Sem pressas, vá andando para a praça do Rossio. Lisboa está repleta de estátuas imponentes, mas esta é particularmente especial por causa do teatro Neoclássico e da deslumbrante estação ferroviária que a rodeiam. Será tentado a olhar para cima, para admirar estes edifícios mas aconselhamos a que também tire um minuto para apreciar a calçada preta e branca debaixo dos seus pés. É de notar que o padrão ondulado desta calçada é uma referência ao passado náutico do país.
Da praça vá até à Ginjinha Sem Rival, um bar minúsculo especializado em ginjinha, um licor tradicional de cereja amarga. O dono irá perguntar-lhe se quer “com elas” ou “sem elas”, isto quer dizer com ou sem as cerejas. Se pedir com a cereja, aconselhamos a estar atento ao caroço.
Na mesma rua, um pouco mais acima, fica a Casa do Alentejo. Parece um edifício comum à primeira vista, mas surpreende quem lá entra. O interior está decorado com um estilo Mouro, fazendo lembrar um riad marroquino, com arcos e azulejos geométricos. O edifício foi outrora o local de um casino, mas hoje em dia dá espaço a uma associação dedicada à região do Alentejo. Há dois restaurantes no local, um mais informal em baixo e um mais sofisticado no piso de cima, rodeado por azulejos portugueses.
Dê meia volta e caminhe até à Rua Augusta, uma rua animada repleta de lojas de marcas internacionais e cafés. Daqui pode avistar o Arco da Rua Augusta, um arco triunfal construído para celebrar a recuperação da cidade após o terramoto. Aconselhamos a subir até ao topo do arco, onde será recompensado com uma vista panorâmica da cidade e do rio Tejo.
JLogo a seguir ao arco fica a Praça do Comércio e no meio desta, em destaque, a estátua do rei D. José I. Os locais ainda lhe chamam de Terreiro do Paço, uma vez que era aqui que ficava o palácio real antes do terramoto de 1755. Para além de admirar a praça, aproveite para se juntar à multidão à beira rio, para ver o sol a pôr-se ao final do dia.
O fado é um género musical de origem portuguesa que evoca o sentimento de saudade. Esta palavra é única à língua portuguesa e descrita como uma sensação de nostalgia e desejo por algo ou alguém. Pode encontrar espetáculos de fado por toda a cidade, mas sugerimos reservar uma mesa na Casa de Linhares, em Alfama, ou na Tasca do Chico, no Bairro Alto. Este último estabelecimento está aberto desde 1993, e está entre os melhores sítios para se ouvir fado em Lisboa. Não tem de pagar uma taxa de entrada, pode simplesmente pedir alguns petiscos e desfrutar do espetáculo gratuitamente. Outra opção é assistir a um espetáculo do Real Fado. Este projeto baseado em Lisboa organiza atuações de fado em lugares únicos na zona do Príncipe Real, que já incluíram um bar de cocktails, uma cisterna subterrânea e uma galeria comercial. Todos os espetáculos começam às 19h em ponto.
Ouvir fado é algo essencial a fazer quando visitar Portugal. No entanto, tem de ter algum cuidado porque é bastante fácil ser enganado no que toca a estes espetáculos. Para assistir a fado autêntico em Lisboa, sugerimos que procure por tascas que tenham Fado Vadio, um fado cantado por artistas amadores. Normalmente não tem de pagar a entrada, pode simplesmente pedir uma bebida e algumas entradas enquanto espera pelo espetáculo. Independentemente de onde decida ir, é preciso lembrar de manter o silêncio quando o espetáculo começar!
É fácil perder-se pela Alta da cidade de Lisboa, particularmente pelas ruas do bairro de Alfama. Este bairro tradicional é um autêntico labirinto de ruas estreitas, com edifícios coloridos, igrejas históricas e inúmeros restaurantes de fado.
Alfama estende-se desde as margens do rio Tejo até ao castelo de São Jorge, e os seus miradouros oferecem das melhores vistas de Lisboa.
Porém, se estiver a questionar-se sobre o que fazer em Alfama, não se preocupe pois iremos levá-lo a todos os locais principais e mostrar-lhe onde comer comida tradicional portuguesa deliciosa.
À primeira vista, a Catedral de Lisboa parece um castelo, com torres de cada lado. Apesar da igreja datar por volta do século de 1100, foi modificada várias vezes ao longo do tempo, resultando num misto de estilos arquitetónicos.
Depois de visitar a igreja, continue a subir em direção ao Miradouro de Santa Luzia. Toda a zona do miradouro está coberta de azulejos, mas é a buganvília cor de rosa que frequentemente chama à atenção. Para a melhor experiência, pode ficar à sua sombra por um bocado, enquanto admira a vista sobre Alfama e sobre o rio Tejo.
Um pouco mais acima fica outro miradouro, chamado Miradouro das Portas do Sol. Este oferece uma vista ainda mais ampla para a cidade, podendo-se avistar alguns monumentos, como o Panteão Nacional, num mar de casas de telhados avermelhados. Daqui, pode descer as escadas até ao coração de Alfama. Ao andar pelas ruelas ventosas do bairro, irá passar por vários restaurantes que oferecem espetáculos de fado e poderá ainda avistar senhoras idosas a espiar para a rua das suas janelas.
Depois de explorar Alfama, suba até ao castelo, onde será provavelmente recebido por pavões amigáveis. Antes de se tornar um monumento nacional, o castelo serviu bastantes propósitos, desde palácio real a quartel militar. Mesmo antes disso, esta colina foi o local escolhido para a construção de fortificações pertencentes aos Romanos e Mouros. Por estas razões, recomendamos vivamente explorar as redondezas do castelo, antes ou depois de entrar lá dentro.
O Panteão Nacional fica apenas a alguns minutos do castelo e é o local de repouso de figuras históricas portuguesas, como a cantora de fado Amália Rodrigues. O interior do edifício é tão impressionante quanto o seu exterior, com pisos de mármore e paredes brancas esculpidas, adornadas com estátuas. A característica mais marcante do panteão é, contudo, o terraço panorâmico no último andar.
Se visitar Alfama numa terça-feira ou num sábado, irá cruzar-se com a feira da ladra de Lisboa, perto do Panteão Nacional. Esta feira existe desde o século XIII, mas apenas se mudou para este local em 1903. As bancas vendem todo o tipo de artigos, desde roupas em segunda mão a posters de arte e mobília antiga.
Termine o dia no Miradouro da Graça, a ver o pôr do sol. Daqui, pode avistar o castelo e o rio em simultâneo. Enquanto desfruta do cenário, pode recuperar energias com uma bebida no quiosque ou alternativamente trazer a sua própria garrafa.
De frente para o miradouro está a Igreja da Graça, uma igreja do século XIII, com salas espaçosas forradas com azulejos históricos.
Marcos históricos, museus icónicos e bolos de pastelaria deliciosos – irá encontrar tudo isto em Belém.
No passado, Belém era o ponto de partida de navegadores portugueses, como Vasco da Gama. Hoje em dia, é uma mistura do antigo e do novo, um lugar onde edifícios históricos se cruzam com construções modernas, como o museu de arte contemporânea (MATT). Como há muito a ver em Belém, sugerimos que tire pelo menos um dia para explorar esta zona.
Acorde cedo e apanhe o comboio ou um elétrico, desde o Cais do Sodré até Belém. Esta zona da cidade está repleta de monumentos, mas sugerimos começar pelo Padrão dos Descobrimentos. Este monumento glorifica a época dos Descobrimentos Portugueses e a forma da sua estrutura assemelha-se a uma caravela. De cado lado desta construção, estão estátuas de navegadores portugueses famosos, lideradas pela figura do Infante D.Henrique, O Navegador. Espreite as exposições que se encontram no interior do edifício e depois suba até ao terraço. Dali, pode avistar outros monumentos, e ainda a deslumbrante calçada portuguesa que se encontra por debaixo de si.
Continue a andar ao longo do rio, em direção à Torre de Belém, um dos monumentos mais famosos de Lisboa. Construída no século XVI, foi outrora uma fortaleza e um porto. Era daqui que os navegadores portugueses partiam para explorar o mundo, trazendo de volta mercadorias exóticas, de países como a China e a Índia.
Durante a tarde visite o Mosteiro dos Jerónimos, um lugar pertencente ao Património Mundial da UNESCO, também construído durante a época dos Descobrimentos. O mosteiro contém os túmulos de Vasco da Gama e de Luís de Camões, o poeta mais famoso português. Inclusive foi o próprio Vasco da Gama quem ajudou a financiar a construção deste monumento, com os produtos valiosos que trouxe da sua viagem à Índia. O resultado foi um edifício extravagante repleto de belas gravuras em pedra, de temas religiosos e náuticos.
Apesar do mosteiro por si só ser impressionante, também vale a pena visitar os jardins à sua frente, que incluem uma enorme fonte, bancos de pedra e vegetação bem cuidada.
Enquanto estiver por Belém, tem de experimentar os pastéis de nata originais de Lisboa, na Antiga Confeitaria de Belém. Pode pedir para levar ou esperar para ser sentado numa mesa, onde ficará rodeado de azulejos portugueses. Estes bolos deliciosos existem desde 1837 e foram criados pelos monges do mosteiro. Quando o mosteiro fechou, os monges partilharam a receita com a família que abriu esta pastelaria e nos dias de hoje, tanto locais como turistas vêm até Belém para provar os seus pastéis.
A última paragem da visita é o MAAT, o mais recente museu de arte de Lisboa. É um dos primeiros edifícios que vai avistar quando estiver a chegar a Belém, destacando-se do resto pela sua estrutura moderna ondulada. Desenhado pela arquiteta britânica Amanda Levete, o museu apresenta exposições que combinam arte com tecnologia. Não se esqueça de ir até ao terraço (é gratuito) para desfrutar da vista para o rio Tejo e para a ponte 25 de Abril.
Há várias maneiras de chegar a Belém do centro da cidade:
Bilhetes de transportes: A forma mais fácil de se movimentar em Lisboa é adquirindo um passe Zapping e carregá-lo com algum dinheiro. Com este passe, um bilhete de comboio irá custar-lhe cerca de 1.90 € e cerca de 1.47 € para viajar nos autocarros e elétricos.
Não há escassez de atividades para fazer em família em Lisboa. A zona do Parque das Nações, à beira rio, é particularmente rica em locais dedicados às crianças, começando com o Oceanário de Lisboa, um dos maiores aquários interiores do mundo. Aqui pode ver-se de tudo, desde tubarões a raias e lontras. Também na zona fica o Pavilhão do Conhecimento, um centro de ciência com exposições interativas e experiências para todas as idades.
Se estiver por Belém, vale a pena visitar o Quake, um museu dedicado ao terramoto de 1755. Irá viajar no tempo para aprender mais sobre este acontecimento devastador e poderá até experienciar os próprios tremores, através de um simulador.
As crianças também irão gostar de explorar o castelo da cidade e de andar de elétrico e funicular. Alternativamente, pode fazer um passeio pela cidade num tuk tuk elétrico e escapar às subidas.
A Vida Portuguesa é um dos melhores locais para comprar recordações tradicionais em Lisboa. Esta loja está cheia de produtos tipicamente portugueses, como sabonetes, peças de cerâmica e enlatados, que vêm todos envoltos em embrulhos retro. Têm várias localizações, mas a maior loja é a do Largo do Intendente.
Ali perto há também a Depozito, uma loja que tem peças de artesanato de artistas portugueses tradicionais e modernos. Para azulejos, experimente a Cortiço e Netos, que tem uma coleção de azulejos industriais dos anos 60 aos 90, incluindo modelos descontinuados.
O melhor sítio para provar pastéis de nata em Lisboa é Belém. Estes bolos deliciosos são uma amostra da gastronomia portuguesa, podendo encontrá-los na maioria dos cafés em Lisboa. Porém, a Antiga Confeitaria de Belém produz os melhores. Pode comprar um pacote para levar ou se houver lugar sentar-se lá dentro e desfrutar do seu pastel de nata, acompanhado por uma chávena de café. A Manteigaria também é um forte concorrente e tem uma loja em Belém, caso queira compará-los diretamente.
Se vier a Lisboa pela primeira vez, sugerimos ficar perto do centro da cidade. Os nossos bairros favoritos na zona são a Baixa e o Príncipe Real. Ambos estão a uma curta distância a pé de vários locais turísticos.
Relativamente a hóteis, recomendamos ficar no Memmo Príncipe Real ou no Hotel Valverde. O primeiro fica no Príncipe Real, como o nome indica, e oferece vistas deslumbrantes para a cidade. Já o Valverde situa-se na Avenida da Liberdade e inclui um pátio charmoso e uma piscina.
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Com sol durante praticamente todo o ano, é raro haver uma má altura para visitar Lisboa. O verão pode ser bastante movimentado, mas vale a pena vir em junho se quiser participar nas festas dos Santos Populares. Durante este mês, toda a cidade se transforma numa festa enorme, com locais a grelhar sardinhas nas ruas e a dançar pela noite dentro.
Pode escapar ao calor indo às praias nas proximidades, em Cascais ou na Costa da Caparica. Se preferir um ambiente mais tranquilo, recomendamos vir durante a primavera ou no início do outono, quando o clima ainda está relativamente ameno. Note que pode ficar bastante ventoso assim que o sol se põe, por isso não se esqueça de trazer um agasalho. De novembro a fevereiro, poderá haver alguns dias de chuva, mas nada está perdido porque pode usar esta oportunidade para explorar os numerosos museus da cidade.
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