São Jorge é uma longa e bonita ilha com algumas das paisagens mais dramáticas dos Açores. Esta ilha central é casa para penhascos rugosos, incríveis picos de montanha, e distintas fajãs costeiras (planícies criadas por lava e deslizamentos de terra). Os trilhos percorrem o comprimento de São Jorge, fazendo com que seja um local perfeito para caminhadas e outras aventuras no exterior.
Junto com a beleza natural, São Jorge tem um ótimo setor agrícola que produz o seu famoso queijo: Queijo São Jorge, considerado o melhor dos Açores. Bananas, goiaba e café também são cultivados aqui, fazendo de deliciosos snacks enquanto explora esta longa faixa de terra montanhosa.
O nosso itinerário de quatro dias vai mostrar-lhe as melhores coisas para fazer em São Jorge. Cobrimos as principais atrações da ilha, assim como recomendações de restaurantes e hotéis.
Começamos a nossa viagem pela ilha na freguesia de Urzelina. Esta zona residencial de luxo situa-se no extremo sul da ilha, apenas a cinco minutos de distância de carro do aeroporto. Ao caminhar pelo centro da localidade, podemos ver a Igreja da Urzelina. Se olhar bem para a igreja, vai notar vestígios da erupção vulcânica de 1808, uma das últimas grandes erupções dos Açores.
À volta da costa, pode também ver rochas vulcânicas depositadas pela erupção. Se se aventurar nos penhascos à beira-mar, vai notar na urzela, usada para fazer corantes, que dá o nome à localidade. Urzelina é também uma ótima base para explorar os icónicos moinhos vermelhos e brancos espalhados ao longo da ilha.
A nossa próxima paragem é a Igreja Santa Bárbara, uma igreja de estilo barroco do século XIX, localizada na periferia de Urzelina. Caminhe até esta igreja e, vai notar que a fachada branca é bastante simples e modesta, mas assim que entrar, vai presenciar uma obra de arte. A zona do altar é um conjunto ornamentado de esculturas e painéis dourados que contam a história de Santa Bárbara.
Depois, está na altura de explorar a primeira de muitas fajãs que se foram criando ao longo dos anos da atividade vulcânica da ilha. Também conhecida como Fajã do Calhau, esta fajã costeira é uma coleção de rochas vulcânicas aninhadas na base de um penhasco. É um ótimo sítio para relaxar e nadar nas incríveis piscinas naturais escondidas entre a beira-mar e os penhascos.
Mais abaixo da costa, vai encontrar uma das muitas vilas de São Jorge, Calheta. Caminhe por esta vila charmosa, uma das mais antigas da ilha e, eventualmente, vai chegar ao porto da vila. É um ótimo local para praticar mergulho e nadar e é muito popular entre os locais.
Para uma noção de perspetiva e dos desafios de construir numa paisagem tão montanhosa, certifique-se de parar pelo Miradouro da Calheta. Daqui, pode contemplar o Atlântico, emoldurado pela Calheta em primeiro plano e a magnifica ilha do Pico no plano de fundo.
Antes de ir embora de Calheta, faça um pequeno desvio costa acima até à Fajã Grande. Esta não só é a fajã mais populosa da ilha, como também tem um pequeno porto piscatório e a Ermida do Senhor Bom Jesus, uma pequena capela do século XIX que possui vistas fantásticas da vizinha ilha do Pico.
Comece a sua manhã com um pouco de exercício ao subir o Pico da Esperança, o pico mais alto da ilha. Apesar de poder caminhar até ao topo, também é possível ir de carro até à cratera e caminhar apenas os últimos metros. Da borda da cratera, pode ver duas lagoas e a Ilha do Pico à distância.
Depois de descer desde o pico, cruze a ilha até chegar a Fajã dos Cubres. Exclusivo para esta fajã são os pequenos ilhotes rodeados por canaviais numa lagoa central. Conforme se vai embora da fajã e se dirige até à próxima paragem, não perca o Miradouro da Fajã dos Cubres, um miradouro sobre as paisagens azuis e verdes das fajãs abaixo.
Para uma experiência mais remota, vamos dirigir-nos até à Fajã da Ribeira da Areia. Esta vila é acessível por estrada, contudo é um pouco complicada. As curvas são apertadas e estreitas, mas assim que chegar, vai ser recompensado por um arco rochoso de lava e caves vulcânicas. Há também uma pequena capela, a Nossa Senhora de Fátima, com vista para o oceano.
Por esta altura, vai começar a perceber o fator único das fajãs e o quão estas são importantes para a paisagem, mas ainda estamos para ver a mais famosa, a Fajã do Ouvidor. Mesmo acima da costa da Fajã da Ribeira da Areia, esta vila popular está rodeada de vegetação exuberante e penhascos rugosos. Aproveite a vida como um local e passe algum tempo a apanhar banhos de sol e nadar nas águas turquesa da piscina natural Poça Simão Dias.
Enquanto estiver a ir para a fajã, ou a voltar da mesma, repare no miradouro no lado da estrada. Este é um ótimo local para ter uma visão panorâmica de algumas das fajãs vulcânicas espetacularmente únicas da ilha.
A nossa última paragem do dia é na Fajã de Além. Esta fajã é apenas acessível a pé, mas é maravilhosa de se ver, especialmente durante a época das vindimas. Nesta altura, muitos residentes regressam às suas casas e, é possível presenciar um estilo de vida verdadeiramente remoto.
Hoje, vamos começar na maior vila da ilha: Velas. Caminhe pelo porto, onde pode escolher entre uma variedade de atividades de água ou viagens de barco. Uma viagem de barco vai dar-lhe uma nova perspetiva da ilha e, vai ver melhor o famoso arco vulcânico da ilha.
De volta à ilha, passeie pelas ruas e veja alguns dos produtos regionais vendidos no mercado municipal. Não se esqueça de dar um mergulho rápido nas piscinas naturais aqui perto, antes de continuar com o resto do dia. As refrescantes piscinas de água azul, entre o basalto saliente, contrastam maravilhosamente com o oceano no plano de fundo.
A uma pequena caminhada do Porto de Velas, situa-se a igreja mais antiga da ilha, a Igreja São Jorge. Dê uma espreitadela no seu interior para ver o retábulo de ouro ornamentado e o belíssimo teto com vigas de madeira. Tem também um telhado abobadado e, no centro, a figura do Santíssimo Sacramento está esculpida em basalto encontrado na ilha.
Está quase na hora de almoço e a nossa próxima paragem, uma cooperativa local, é o local perfeito para atenuar a fome. Experimente queijos locais aqui e encontre alguns produtos regionais para levar consigo para casa, como atum enlatado e geleias.
Enquanto conduz em direção à ponta da ilha, tire um tempo para passar pela Fajã de João Dias. Esta fajã colorida é um dos locais mais isolados em São Jorge e, só consegue acedê-la através de um trilho íngreme. Assim que chegar ao fundo, vai presenciar paisagens dramáticas de cortar a respiração, a emoldurar esta pequena vila costeira.
Continue a seguir a estrada para noroeste, onde vai deparar-se com o Parque Florestal das Sete Fontes. Esta reserva natural é casa para muitas espécies de plantas, como samambaias, azáleas e fúchsias. Pode caminhar em um dos muitos trilhos pelos bosques densos, para encontrar uma zona de piquenique e um parque infantil ou desfrutar de um dos muitos miradouros com vista para as ilhas vizinhas. Para um registo mais histórico, visite a pequena capela de São João Baptista, um monumento construído em comemoração dos muitos emigrantes açorianos no mundo.
Acabamos o nosso dia na ponta mais a oeste da ilha, nas ruínas da Ponta dos Rosais. Caminhe por este farol para aprender onde os faroleiros costumavam viver e o que era preciso para apoiar as instalações. Veja o pôr-do-sol no horizonte e a sua sombra sobre as ilhas vizinhas do Pico e do Faial.
Para um ponto de vista diferente, suba a colina até ao Miradouro da Vigia. Aqui, pode descobrir a história da caça à baleia na ilha e ver o complexo do farol de cima.
Experiencie São Jorge da mesma maneira que os seus primeiros colonos ao dirigir-se até à vila de Topo. Foi na ponta Este onde os primeiros colonos de São Jorge desembarcaram no penhasco escarpado há séculos atrás. Vai notar num miradouro, do qual consegue ver o pequeno Ilhéu do Topo, casa para muitas aves migratórias. Se tiver sorte, pode ainda ver gado a pastar no ilhéu.
Para um começo refrescante do dia, vá até às águas cristalinas das piscinas naturais daqui. Populares entre os residentes, estas piscinas oferecem mergulhos relaxantes e uma visão mais próxima das rochas vulcânicas.
Assim que sair de Topo, aproveite a oportunidade de visitar a Cascata do Cruzal. Um pequeno trilho leva a esta cascata escondida na floresta e flora exuberantes da região.
Siga a estrada para oeste até chegar à estrada íngreme que o leva até à Fajã de São João. É a maior fajã do lado sul e um ótimo sítio para relaxar e desfrutar do delicioso marisco local.
As vilas de São Jorge viram muitos efeitos da atividade sísmica e vulcânica, e a Fajã dos Vimes não é exceção. Esta zona foi inteiramente destruída em 1757 quando um terramoto atingiu a ilha, mas hoje, é famosa pelas suas plantações de café. Não perca uma chávena do café local do Café Nunes, uma plantação de café familiar e espaço artesanal.
Acessível da Fajã dos Vimes, pode caminhar até à Fajã dos Bodes. É aqui que o gado é muitas vezes guardado durante os meses de inverno e, é um ótimo local para presenciar o estilo de vida tradicional da ilha.
Por último, mas não menos importante na nossa viagem a São Jorge, está um dos lugares mais inacessíveis da ilha, a Fajã da Caldeira de Santo Cristo. Para chegar a esta vila, deve caminhar desde a Fajã dos Cubres ou desde a Serra do Topo, aproveitando incríveis vistas do oceano e cascatas marcantes pelo caminho.
A Fajã da Caldeira de Santo Cristo foi criada apenas em 1757 depois de um terramoto atingir a ilha. Com o tempo, a erosão da água salgada criou uma lagoa central que os locais agora usam para nadar. Há, também, aqui, uma animada comunidade de surf a formar-se. Todos os meses de setembro, pode experienciar uma procissão local que termina na Ermida de Santo Cristo, a capela da ilha.
Uma das melhores coisas para fazer em família em São Jorge é explorar as fajãs da ilha. Há mais de cerca de 70 espalhadas ao longo da ilha, cada uma com a sua própria personagem. Pode aprender mais sobre estas no Centro de Interpretação da Fajã da Caldeira de Santo Cristo.
Leve as crianças ao Pico da Esperança, o ponto mais alto da ilha. Se estiver o céu aberto, pode conseguir ver as ilhas nas redondezas, como o Faial, o Pico e a Terceira. Se estiver a visitar durante o verão, pode aproveitar para nadar nas piscinas naturais. A Poça Simão Dias é uma das favoritas com as suas águas cristalinas e temperaturas amenas. Tem como outros locais populares a Lagoa da Fajã de Santo Cristo e as piscinas naturais de Velas.
Se se estiver a sentir aventureiro, pode dirigir-se atá às Grutas do Algar do Montoso, uma das maiores chaminés vulcânicas em Portugal. Pode também explorar o parque florestal das Sete Fontes e desfrutar de um piquenique entre as árvores.
Peixe fresco e carne suculenta são a base da cozinha de São Jorge. Tem como pratos populares a caldeirada de peixe, alcatra e mexilhão. Deve também experimentar o queijo local, que tem um toque picante. Abaixo estão alguns dos melhores locais para comer em São Jorge, onde pode experimentar algumas destas delícias:
Como a maioria das ilhas dos Açores, o tempo em São Jorge é conhecido pelos seus altos níveis de humidade, chuva e temperaturas amenas. No inverno, pode chover ou até mesmo nevar nas zonas mais altas da ilha, enquanto o verão traz dias mais quentes e solarengos. Com isso em mente, a melhor altura para visitar São Jorge é entre junho e setembro. Visitar durante estes meses vai permitir-lhe aproveitar ao máximo o tempo e divertir-se em alguns dos festivais tradicionais da ilha.
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